quinta-feira, 31 de maio de 2012



Programa de Cirurgia Bariátrica do Estado bate recorde de mais de 300 operações

O clima da manhã deste domingo, 27 de maio, no Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes, era de alegria e gratidão. Grande parte dos 300 paciente...s que já se submeteram à cirurgia bariátrica no Programa de Cirurgia Bariátrica da Secretaria de Estado de Saúde (SES) se reuniram na porta da unidade, que realiza as cirurgias, para comemorar com uma sessão de fotos o recorde de procedimentos do programa. A marca foi batida no último dia 9 de maio. A previsão é que esse número quase dobre até o final do ano.

“Esperamos fechar 2012 com cerca de 550 cirurgias. Não existe outro programa tão eficiente no país em que seja usada a técnica de videolaparoscopia, significativamente menos invasiva e arriscada. Chegamos a mais de 300 pacientes operados sem nenhuma intercorrência”, explica Cid Pitombo, coordenador do programa. Juntos, os pacientes operados pelo projeto, que começou em dezembro de 2010, já perderam mais de 1,5 toneladas.

Primeira paciente perdeu 39kg

Primeira paciente a se submeter ao procedimento, em 2010, a assistente administrativa Camila Azevedo, de 31 anos, conta como chegou aos 116 kg de peso, medindo 1,61 m. “Sempre fui gordinha, mas convivia bem com isso. Tive um filho aos 18 anos e comecei a engordar mais. Fiz várias dietas, tomei remédios e perdi 33kg. Depois engordei de novo, comecei a comer descontroladamente, fazia de 6 refeições por dia, sempre em grande quantidade”, enumera ela, hoje com 77 quilos – 39 kg a menos.

A ajuda de uma amiga nutricionista foi decisiva para entrar no programa de cirurgia bariátrica do HECC, onde foi encorajada pelo médico Cid Pitombo a seguir em frente. Deu certo: “Em menos de uma semana fui liberada para voltar para casa. Perdi 10 quilos em tão pouco tempo, com muita força de vontade. Consegui me organizar para fazer pequenas refeições a cada três horas, sigo a dieta elaborada pela nutricionista e também me adaptei na cozinha de casa. Dá mais trabalho, mas o ganho de saúde compensa”, avalia.

Hipertensão e isquemias

Depois de Camila e outras 298 histórias de superação, chegou a vez do radialista Cassiano Wagner tomar coragem para retirar o excesso de peso que, além de incomodar, se tornou um problema de saúde. Devido a inúmeros percalços, o paciente número 300 do programa de cirurgia bariátrica do estado acumulou mais de 100kg acima do seu peso ideal.

“Até os 18 anos era bem magrinho para a minha altura (1,80m), nunca passava dos 75kg. Jogava futebol direto e sonhava ser atleta profissional. Aos 20, porém, arrebentei o tornozelo e fiquei seis meses sem fazer atividade física, esperando a cirurgia. Na sequência, fiquei mais um ano com pino no tornozelo e perdi a esperança de ser jogador. Só com essa parada já ganhei muito peso. Depois minha avó e meu pai morreram e além de não fazer atividade física comecei a beber muito. Cheguei aos 29 anos já pesando 120kg”, lembra Cassiano, que chegou a ter mais de 180kg.

Menos 21kg em duas semanas

Com a vida sedentária, superalimentação e ingestão de bebida alcóolica, o peso de Cassiano lhe rendeu hipertensão e duas isquemias. O susto acendeu o alerta e o levou a procurar tratamento médico. “Depois de pelejar com todo tipo de tratamento e dieta comecei a pesquisar sobre cirurgia bariátrica. Encontrei outros hospitais, passei mais de 4 anos na fila de um deles, enfrentei recusa de planos de saúde, até encontrar o programa do Hospital Estadual Carlos Chagas. Em dois meses me chamaram para a entrevista, fiz exames e, seis meses depois, fui chamado”, conta ele, que operou no dia 9 de maio.

Após duas semanas, os primeiros resultados: 21 quilos a menos. Agora, os sonhos são simples: “amarrar o cadarço do tênis sem pedir ajuda, passar pela roleta do ônibus sem entalar e voltar a jogar futebol”. Mas para dar certo, avisa ele, “a cabeça precisa trabalhar tão bem ou melhor do que o aparelho digestivo”.

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